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segunda-feira, 9 de julho de 2018

9 de julho de 2018 - Paulistano



A Batalha Por São Paulo de Piratininga


A batalha para expulsar o homem branco de São Paulo começou graças à submissão dos indígenas aos novos moradores da região. Revoltados com essa situação, um bando de rebeldes tupiniquins, oriundos da aldeia Uraraí, e sob o comando de Jaguaranho, atacaram a cidadela em 9 de julho de 1562. A ofensiva ficou caracterizada por um ataque-surpresa e veio através da confluência dos rios Tamanduateí e Anhangabaú, local onde estava a “casa” de Tibiriçá.

Aos brados de “jukaí karaíba!” (morte aos portugueses!), os revoltosos, segundo relato de Anchieta, “deram de manhã sobre Piratininga com grande corpo de inimigos, pintados e emplumados e com grandes alaridos, aos quais saíram logo a receber os nossos discípulos, que eram muito poucos, com grande esforço, e os trataram bem mal, sendo coisa maravilhosa que se encontravam às flechadas irmãos com irmãos, primos com primos, sobrinhos com tios. E, o que é mais, dois filhos, que eram cristãos, estavam conosco contra seu pai, que era contra nós. De maneira que parece que a mão de Deus os apartou e os forçou a fazer isso sem que eles o entendessem”.
Segue o relato do padre: “As mulheres dos portugueses e os meninos, e também dos mesmos índios, recolheram-se a maior parte à nossa casa e igreja, por ser um pouco mais segura e forte, onde algumas das mestiças estavam toda a noite em oração com velas acesas ante o altar, e deixaram as paredes e os bancos bem tintos de sangue, que se tiravam com as disciplinas (o costume de açoitar-se como forma de penitência), o qual não duvido que pelejava mais rijamente contra os inimigos que flechas e arcabuzes”.
“Tiveram-nos em cerco dois dias, dando-nos sempre combate, ferindo muitos dos nossos. Mas dos inimigos foram muitos mais os feridos e alguns mortos, dentre os quais um que foi nosso catecúmeno, e fora quase capitão dos demais, o qual, sabendo que todas as mulheres se haviam de recolher à nossa casa, e que aí havia mais que roubar, veio dar combate pela cerca de nossa horta, mas aí mesmo achou uma flecha que lhe deu pela barriga e o matou, dando-lhe a paga, que ele nos queria dar, pela doutrina que lhe havíamos ensinado.”
Segundo vários estudos e cruzamentos de relatos, o “quase capitão” que tentou invadir a igreja e foi citado por Anchieta em seu relato, era o jovem Jaguaranho. Essa dedução é baseada no relato do também jesuíta Simão de Vasconcelos, que em seus escritos, afirma que o agressor era “filho de Araraig”, nome da aldeia chefiada por Piquerobi.
A história dessa batalha conta que os rebeldes tentaram convencer Tibiriçá a ajudar na expulsão dos portugueses, mas este, já catequizado, acabou revelando os planos aos seus novos amigos. Como existiu uma desconfiança por parte dos índios, o ataque surpresa aconteceu e encontrou Ramalho e vários outros colonos armados e prontos para a batalha. O resultado, como não poderia deixar de ser, foi sangrento, mas São Paulo sobreviveu!
Cacique Tibiriçá

Honra À Tibiriçá
Tibiriçá viria a falecer cinco meses após a chamada Guerra de Piratininga, em 25 de dezembro de 1562. O prestígio do líder era tão grande que, em uma carta ao superior da companhia, Diego Laynes, redigida em 16 de abril de 1563, o padre Anchieta anotou: “Morreu nosso principal e grande amigo e protetor Martim Afonso, o qual depois de se haver feito inimigo de seus próprios irmãos e parentes por amor a Deus e à sua Igreja, e depois de lhe haver dado Nosso Senhor a vitória sobre seus inimigos, estando ele com grandes propósitos e muito determinado a defender a causa dos cristãos, e nossa Casa de São Paulo, que ele bem sabia haver sido edificada em sua terra por amor dele e de seus filhos, quis Deus conceder-lhe o galhardão por suas obras, dando-lhe uma doença de câmaras de sangue, da qual não havia melhora. No dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, morreu para nascer em nova vida de glória, como esperamos. Foi enterrado em nossa igreja, com muita honra”.
O corpo de Tibiriçá permaneceu sepultado na antiquíssima igreja de São Paulo até 1896, quando um a chuva fez o prédio desabar. Nesse momento, seus restos foram transferidos então para a igreja do Coração Sagrado de Maria. Em janeiro de 1933 quando, “por iniciativa de vários paulistas ilustres, com cooperação do clero e do Instituto Geográfico de São Paulo, foram os ossos do chefe índio trasladados para a cripta da nova catedral paulista”, a Sé.
Fontes:
Referências:
https://s.guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/sao-paulo-cerco-piratininga-433644.shtml 


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